16.2.11
Cada um belisca um pouco
Eis que estou aqui trabalhando no primeiro capítulo da minha dissertação de mestrado, juntando deus e o mundo do radiojornalismo, analisando tudo quanto é classificação e ainda tentando produzir conclusões com um mínimo de criatividade... sim, estou fritando o cérebro às altas horas de quarta, e adorando!
Adorando 1 porque tem dias que a coisa rende, e um desses dias é hoje. Adorando 2 porque quando os neurônios são ativados - ainda que sobre força bruta - eles realmente funcionam, e de repente você tem dentro dessa caixola que não é oca, um mar de constelações neuronais brilhando de conexões, hiperlinks, tresloucados de ácido, suponho. Quase vejo a cena, igual à dos carros na Paulista, em dia de chuva, com mil luzinhas insanas, vistas assim quando apertamos os olhinhos que nem japonês.
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(senta e paciência que hoje a falação é grande!)
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Aí, desse caos de pensamentos que vão se interligando, veio aquele nada a ver com a dissertação, mas tudo a ver. A gente é um monte formado por contribuições das pessoas com as quais a gente vive, que ainda estão conosco ou que se foram, ou sumiram, escafederam-se! Mas muita coisa não "escafede" não... e isso não é palavrão! Procêis vê, si fizê um isforço, si alembra di tudin, ou quase tudin.
Eu, pra cumeçá, aprendi falá assim com o povo da roça, de São Roque de Minas e Bambuí, qui herdêi da véia linda que é minha mãe e a falicida-saudade vovó Tetê. Depois vieram Lucas Mello e Alisson Coutinho e "estapalharam" o resto. E recentemente Glauco Carlos - "aí nóis tava liiiindooo!".
De forró, já que eu to escutando agora, eu comecei aprendendo com meu pai, que adora de tudo que nasceu nos cafundó do Brasil. Aí veio a freneticamente amissíssima da Carol Delmazo, o forrozeiro-saudade do Tico, o doido do Tuia, o pir Lucas Mello de novo e o Pedrinho que sabe tudo de música e mais um pouco - do baião ao jazz. Aliás, ele me ensinou tudo quanto é coisa e, mais importante, o que é amar alguém de verdade. S2
E limpar? Aaaaahhh, santa mãe que não deixa uma poeira na casa, pega vassoura e pano e expulsa os mal elementos domésticos. Foi assim que eu fiquei tarada no paninho. Cruiz! Não teve jeito de fugir, eu até que tentei. Mas herança de mãe...
Tem o Dorsal que me ensinou e ensina tudo de carro. Eu agora só alugo com torque! E a Tutu, que ama as plantinhas que nem eu, que gosta de se jogar que nem eu, que toma café no mercado... Esse último veio do vô Samuel, que eu não conheci mas sempre soube que enchia a cara e a pança por lá. DNA né?
A Pat me deu um monte de coisa. Um pouco de foco, um pouco de magia celta, um pouco de rock de menina. Aliás, quem me deu rock primeiro foi o Renato Jacques, com o ACDC. Quis morrer, mas depois aceitei quase tudo que veio com o Dorsal, Pedrinho e a turma dos meninos.
Dario me ensinou a abraçar de verdade. Be Vilela acha que me ensinou a beijar. Sarinha me deu o Lucca. Tia Sil me deu casa, carinho e coragem. Alice e Pat me ensinaram a gostar de design e a ter "referências". Fabi e Lucas sobre o que é ser amigo de verdade, a compartilhar, deixando eu morar na sala deles sem pagar nada por dois meses e ainda dar muito carinho e risadas. Camila me ensinou a amar bolo com calda, comer hamburguer depois de malhar pesado, ser amiga incondicional, mesmo encontrando pouco.
O Gomides me deu muito trabalho. Mas deu Barry White, Marvin Gaye, ajudou a veia de escrever pular pra fora, a invenção desatar no papel. Junto da Julia Machado, ele deu umas dancinhas muito esquisitas que já deviam morar em mim, porque o esqueleto nunca mais dançou como um ser humano, mas como um corpo habitado pelos seres do além. Álvaro e Gus me deram o mastro da Up e eu aprontei.
Papai que me levava pro clube todo santo sábado e domingo, e mamãe que levou pra praia, de carro, anos seguidos, me deram o sol como energia. Nunca mais deixei de gostar de sol, de achar que ali eu faço fotossíntese. Aí o Kike, Clarice e Julio sempre me fizeram cia no clube e passei a gostar ainda mais dele... hummm, e agora eu vim pra SP, como faz?! Bicicleta+Ibirapuera! Taí, sol na cara!
Ó, eu podia fazer uma lista ainda maior, mas vou terminar com um clássico da herança do mais sublime conhecimento (se não eu não acabo minha dissertação e vocês surtam de ler). Aprendi a xingar com meus irmãos, depois de velha: Thales e Sofia, obrigada. Eu precisava mesmo aprender a falar bobagem, putaria, arregaçá e botar tudo pra fora #cumerdacaraibucetaputavelhavadialouca. Ou quase tudo.
Então, pra fazer homenagem a esse povo todo, ao sexo dos neurônios coisa e tal, botei aqui embaixo o cd, homônimo da música, Cada um belisca um pouco, da Biscoito Fino. Adoro! E foi o Pedrinho e o Lusquinha que me deram de herança...
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Um comentário:
é muito amor! S2
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